Por que não um Brasil de todos?
Na última eleição realizada no Brasil a soberania popular concretizou mais 4 anos de mandato presidencial para Dilma Roussef e por conseguinte trouxe a tona a proliferação por parte de alguns do sentimento separatista, tema histórico em nosso país, que outrora estava menos em evidência. Tal sentimento foi concretizado, em especial, através de comentários preconceituosos nas redes sociais contra a região norte e nordeste do país. Os programas sociais, em especial o bolsa família, serviram de base de sustentação nas tentativas de fundamentar a maioria dos argumentos apresentados.
No Brasil são notórias as discrepâncias no que diz respeito à condição socioeconômica dos cidadãos, fator lamentável que sustenta a questão da desigualdade em nosso país. Entretanto, essas discrepâncias não transmitem apenas a ideia de desigualdade social, os mais radicais e intolerantes alimentam em si uma falsa ideologia, na qual acreditam serem superiores também como seres humanos e por consequência as suas cidadanias valham mais do que a de um cidadão com uma condição econômica momentaneamente menor.
Toda e qualquer situação de injúria, preconceito ou discriminação deve ser repudiada e denunciada, é inaceitável que tenhamos que conviver diariamente com essa desumanidade. Ao contrário do que vem sendo exaustivamente repetido por alguns, a última eleição não serviu para dividir o país, mas sim para concretizar a ideia de que em um ambiente democrático somos todos iguais. É um erro julgar a ação de alguns como um todo, devemos ter responsabilidade para poder melhor discernir e direcionar as nossas considerações.
No que diz respeito à proliferação dessas ações dissimuladas e arrogantes, as redes sociais é um veiculo de informação que de certa forma facilita a ação dessas pessoas que cospem seu ódio e injúria contra a população do norte e nordeste brasileiro, com isso a cada dia que passa aumenta ainda mais a necessidade de se implantar medidas não que coíbam a liberdade de expressão, mas sim que garantam que quem faz o mau uso das redes sociais responda pelos seus atos, pois liberdade de expressão e responsabilidade deve caminhar lado a lado.
As discussões em torno desse tema estão longe de ter um ponto final, esses comentários absurdos que buscam diminuir a relevância social dos cidadãos do norte e nordeste brasileiro necessitam de alguma forma ser combatidos, um viés importante a seguir no momento para superar essa problemática é fazer com que as pessoas que transmitem essa ideia antidemocrática e preconceituosapossam responder diante da justiça brasileira pelas suas ações impensadas que causam consequências sérias, e, às vezes irreversíveis, na conduta dos atores sociais. É preciso refletir sobre a necessidade de em longo prazo preparar os mais jovens para que no futuro próximo não desenvolvam essa visão horrenda, preconceituosae desumana. Formar pessoas responsáveis e humanas é obrigação de qualquer cidadão que honra seu país para que o progresso se faça verdadeiramente presente em suas vidas. Avancemos!
O autor Junio Santos Gomes é estudante de Economia na UESC e Segurança do Trabalho no IFBA.